Alternativa sem espremer o peito e sem radiação para mamografia
- Da Redação
- 26 de dez. de 2016
- 2 min de leitura

A cada ano, milhões de mulheres são submetidas a mamografias para detecção precoce do possível câncer de mama. É um procedimento desagradável que usa raios-X e a recomendação do Ministério da Saúde é que ele seja feito apenas a partir dos 50 anos. A justificativa é que estudos científicos comprovam a maior eficácia do exame quando feito em mulheres acima desta idade e a cada dois anos.
No entanto as opiniões sobre o exame são controversas, uma vez que a mulher fica exposta aos raios X, que na prática pode contribuir para o aparecimento do câncer. Além disso, muitas vezes não está claro se a anomalia encontrada é uma lesão maligna ou não. Mais de dois terços dos casos em que algo preocupante pode ser visto nas fotos de raios-X é um falso-positivo: após biópsias, eles não são classificados como ser câncer.
Pesquisadores da TU Eindhoven estão trabalhando em um método "amigo do peito", sem radiação, que é mais preciso e gera imagens em 3D em vez de 2D. Eles publicaram sua prova de conceito no na revista on-line Scientific Reports. Os pesquisadores já derrubaram um grande obstáculo científico em direção a uma nova tecnologia em que a paciente se deita sobre uma mesa e o peito pendura livremente, microbolhas de ar são injetadas para que viajem pelas veias das mamas. O Ultrassom de Contraste basicamente observa como as bolhas passaram pelo seio e se algo (um tumor) obstruiu seu caminho.
Os pesquisadores constataram que as bolhas vibram duas vezes: uma na mesma frequência do aparelho de ondas sonoras e outra em frequência duplicada.
A grande descoberta é que a frequência secundária é atrasada pelas bolhas de ar e essa diferença é perceptível ao emitir as ondas de som de um lado e captá-la do outro.
Agora, serão realizados testes clínicos para confirmar se esta vibração é capaz de traçar um mapa detalhado nos seios e viabilizar um laudo em 3D. A aplicação do método na prática ainda deverá demorar uns dez anos mas é uma esperança a mais na luta contra esse mal, que somente em 2008 matou 11.860 mulheres no Brasil.
Comments