A febre amarela e o supermosquito
- Adelar Dias Junior
- 24 de jan. de 2017
- 2 min de leitura

O novo terror epidemiológico e sensação de 2017 é o surto de febre amarela, que após muitos anos volta a assustar a população do sudeste, principalmente Minas gerais, espírito santo e São Paulo. Por enquanto só temos casos da doença na forma de transmissão silvestre, do tipo urbano o último caso ocorreu no Acre na década de 1940.
A atual onda está causando pânico, com a notícia dos casos confirmados e das mortes ocorridas. De acordo com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, maior foco da doença na região, até o momento (20/01), foram notificados 272 casos suspeitos de Febre Amarela, sendo que desses 47 são casos confirmados. No Espírito Santo após a morte de vários macacos, Secretaria de Saúde confirmou, nesta segunda-feira (23), o primeiro caso humano da doença. O exame laboratorial confirmou que a doença é do tipo silvestre.

O risco, porém, da volta ao meio urbano é real, porque o vetor, nesse caso, é o famoso o Aedes aegypti, nosso imbatível e todo poderoso supermosquito, que acumula grandes males e aumenta seu cabedal de moléstias a cada ano. Hoje o Aedes já é responsável pela transmissão da dengue, zika e chikungunya. No momento ele ainda não entrou no circuito do vírus da febre amarela, mas pessoas que fazem ecoturismo ou que entram em matas por algum outro motivo correm o risco de serem picadas pelo mosquito Haemagogus infectado e contrair a doença. De volta à área urbana, essas pessoas podem ser picadas pelo Aedes aegypti, podendo dar início à reurbanização da doença. Aí coisa muda de figura, pois para imunizar toda a população não há doses suficientes. Para febre amarela não há remédio e a taxa de mortalidade para a doença não é baixa.

O grande problema é que com todas as companhas, orientações e ações de combate, o Aedes continua aí, firme e forte. O pior é que a população, que é quem teria condições de combater efetivamente, eliminando os focos em suas casa não o fazem, hoje a maioria dos criadouros estão dentro das residências, protegidos pela negligência e descaso dos ilustres moradores, que provavelmente se sentem intocáveis e imortais, para se preocuparem com algo tão pequeno como um mosquito.

Esse descaso já provocou grandes prejuízos nas empresas, pelo afastamento do trabalho por doenças, redeu muitas mortes e produziu uma geração de microcefálicos, e mesmo assim boa parte da população parece indiferente ao que acontece ao seu redor e não tomam as medidas necessárias para impedir o avanço do mosquito. Vamos ver se agora com mais esse risco iminente possam, enfim, resolver tomar conta dos próprios quintais.
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