Coluna Tamborete de Boteco: O grande engodo da Previdência
- Adelar Dias junior
- 26 de jan. de 2017
- 2 min de leitura

Usando a carapaça da crise econômica, o governo Temer vem aprovando medidas importantes do seu plano de governo, mas com impacto devastador no futuro dos brasileiros e da nação. O mais incrível é que todas as medidas, até aqui anunciadas, penalizam o trabalhador comum, o aposentado e a população mais necessitada. E no entanto não foi apresentada nenhuma medida para pelo menos inibir os principais problema de nossa economia, entre eles a corrupção, a elisão e evasão fiscal. Ou seja, desviam trilhões de reais de todos os lados, para no final o povo pagar a conta de forma que garanta mais dinheiro para proporcionar a continuidade da roubalheira, e se possível com maior arrecadação.
Neste momento um tema de grande importância está andando sem a merecida divulgação. Os muitos escândalos da Lava jato, mortes, prisões, festas, rebeliões, motins e agora carnaval, vão abafando a caminhada da Reforma Previdenciária, que continua avançando e colocando em risco o futuro da geração que já está na ativa, quem deu sua contribuição e também das gerações futuras.
As forças sindicais até fazem a movimentação possível, tentando ganhar adesões para barrar a reforma, mas o assunto inexplicavelmente não chega à grande mídia e o fato é que estão decidindo o futuro de todos os brasileiros sem que este sequer tenha uma noção clara do que está acontecendo e, principalmente, do que vai acontecer. Mas vamos colocar uma parte do quadro que se desenha:
O texto apresentado pelo governo Temer em dezembro de 2016 prevê que o trabalhador deverá contribuir 49 anos para receber o benefício integral quando se aposentar. O tempo mínimo de 25 anos, dá direito a 76% do salário da aposentadoria, o que corresponde a 51% da média dos salários. Essa número será acrescido de um ponto percentual para cada ano considerado na concessão da aposentadoria.
Assim exposto pode dar a impressão que não há grande mudança, mas o efeito imediato é que as pessoas que pela lei anterior, já teriam idade para aposentar, precisarão se manter no mercado de trabalho por muito mais tempo, e estamos falando de pessoas que normalmente já são preteridas pelas empresas por terem idade avançada para os padrões.
Esse quadro pode ainda se agravar se confirmar a previsão da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estima que um a cada três desempregados no mundo em 2017 será brasileiro.
Para se ter uma ideai da dificuldade que teremos para nosso merecido direito ao descanso, a idade mínima e inegociável para aposentadoria integral, na proposta do governo, é de 65 anos e no Brasil existem cerca de 16 milhões de pessoas nessas condições, mas destes apenas 137,6 mil ocupam vagas formais.
Ainda podemos considerar que para atingir as condições para aposentadoria integral, de contribuição e idade a maior parte dos trabalhadores já terão extrapolado a expectativa de vida, principalmente nas Regiões Norte e Nordeste.
Em outras palavras, boa parte dos trabalhadores brasileiros sequer terão a opção de se aposentarem dignamente. E enquanto essa proposta caminha, a “globeleza” rebola e povo dança.
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