O dia seguinte, Exército e Força Nacional nas ruas da Grande Vitória, mas insegurança permanece
- Adelar Dias Junior
- 7 de fev. de 2017
- 2 min de leitura

Desde a tarde de ontem, segunda-feira (7) que as forças armadas começaram o patrulhamento nas ruas da Grande Vitória, numa tentativa de resposta rápida ao caos estabelecido no Espírito Santo desde a noite de sexta-fera (3).
Esse é primeiro passo para o Estado retornar à normalidade, mas até que o policiamento esteja normalizado a sensação ainda e de insegurança e a Região Metropolitana amanheceu sem serviços fundamentais, como transporte, educação e saúde.
O Sindicato dos Rodoviários mantém a paralisação até que a segurança seja reestabelecida. As terminais já foram ocupados por militares, no entanto há o medo de ações dos bandidos durante os trajetos, e sem o transporte, como em efeito cascata, outros setores ficam sem condições de funcionar. algumas prefeituras já anunciaram que postos de saúde e escolas continuarão fechados também hoje.
Entenda o que está acontecendo
Buscando reajuste salarial e melhores condições de trabalho para os policiais militares, familiares e amigos levantaram o movimento que bloqueou os quarteis, impedindo a saída das viaturas e militares na Grande Vitória e interior. Sem patrulhamento, a bandidagem tomou conta impondo um final de semana de pânico aos capixabas.
Juntando a falta de habilidade do governo em negociar, representado pelo Secretário André Garcia, que simplesmente fechou qualquer possibilidade de negociação antes do fim do movimento, e a intransigência dos manifestantes, que não permitiram nem o mínimo para a segurança pública, levou a um aumento exponencial da criminalidade no Estado, sobretudo na Capital, com mais de 60 homicídios no estado em três dias (os números informados são imprecisos), além de saques, assaltos, roubo de carros, arrombamentos e muito mais. Vitória se transformou numa cidade sem lei.
A atual situação da PM no Espírito Santo chegou a esse ponto por uma série de políticas equivocadas, implementadas pelo Governo do Estado, que sob a ótica da crise e na tentativa de manter as contas em dias, cortou obrigações para o bom funcionamento das instituições. Não há investimentos nas áreas fundamentas para a sociedade, e todo o funcionalismo público não tem qualquer tipo de reposição salaria há pelo menos três anos. Além do congelamento, o funcionalismo já vinha sofrendo com a achatamento salarial, pois as reposições anteriores eram sistematicamente abaixo da inflação, desrespeitando a constituição, que garante essa correção à todo trabalhador. O equipamento da PM está sucateado e até coletes antibalísticos tem de ser revesado pelos policias, tornando mais insegura ainda qualquer ação de combate ao crime.
Diante do quadro de penúria da corporação, familiares e amigos dos policiais deflagraram o movimento que impediu a saída dos militares dos quartéis e transformou o Espírito Santo em Terra de ninguém.
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