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Crise em outro nível

  • Adelar Dias Junior
  • 11 de fev. de 2017
  • 2 min de leitura

Muitos comemoravam na noite de ontem (10), o fim do movimento dos PMs, pois um acordo teria sido assinado, na surdina, entre governo a associações representantes da categoria. Tudo muito bom, mas não incluíram na negociação quem realmente poderia acabar com o movimento. Em outras palavras, governo e associações simplesmente jogaram para o público, numa triste pantomima, talvez para influenciar a opinião pública. O certo é que não teve acordo e os quarteis continuam interditados pelos manifestantes, mulheres, parentes e amigos dos PMs, que foram convidados para a reunião que resultou na assinatura do tal documento. Com a continuidade da postura de arrogância do governo e intransigência dos manifestantes, o movimento está ganhando um proporção perigosa para todos, melhor seria se as negociações reais, e não as teatrais tivessem em andamento, mas isso parece impossível para os atores principais. Diante disso até o presidente Temer já está na defesa de Hartung, o grande problema é que ele próprio não goza de popularidade para tanto e poderá sair pior do que entrou. Será que vai valer a pena? Mas por outro lado o desfecho que tiver no Espírito Santo já não vai repercutir apenas aqui. O Brasil e principalmente os militares de todos os estados estão atentos à todas as jogadas e consequências. O risco de que essa luta antes interna ultrapasse as fronteiras do Espírito Santo e ganhe todos os estados da Federação, e aí sim, Paulo Hartung terá feito sua vontade de não ficar pedra sobre pedra, inclusive no seu futuro na política nacional. O mais espantoso é tudo isso deveria ter sido resolvido, no máximo, no início da semana que passou, bastava negociar com respeito e clareza, sem a tentativa de simplesmente impor sua posição a qualquer custo. Agora o preço já está muito alto e certamente todos perderão, principalmente a população, que já está pagando mais essa conta.


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É fato que os servidores públicos do Espírito Santo sofrem com a política de austeridade implantada pelo governador Paulo Hartung, que mantém os salários sem qualquer reposição há pelo menos três anos e com reajustes inferior mesmo a inflação há muita mais tempo, contrariando a própria Constituição Federal, que garante pelo menos a reposição da inflação a todos os trabalhadores.


A Polícia Militar também não escapou dessa política, com o agravante de além do baixo salário (o pior do país, segundo o movimento) ainda enfrenta o sucateamento dos equipamentos vitais para a própria segurança. Para se ter uma ideia, até os coletes antibalísticos precisam ser revesados pelos policiais, que assim arriscam ainda mais a própria vida no enfrentamento da bandidagem para defender a sociedade. Indiferente a tudo e a todos, no entanto, o governo mantém sua política e não prevê nenhum investimento extra na segurança pública, mantendo para 2017 o mesmo já insuficiente orçamento de 2016, frustrando qualquer expectativa de melhora para os polícias.

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