Quarta-feira com "carnaval-protesto" em Vitória
- Da Redaçao
- 14 de fev. de 2017
- 3 min de leitura

Amanhã, dia 15 de fevereiro, está previsto uma grande manifestação em Vitória. O alvo agora é a reforma da previdência, uma das polêmicas medidas do governo Temer. A manifestação está prevista para iniciar a partir das 9h30 e é organizada pelo FESPES - Fórum das Entidades dos Servidores Públicos do Espírito Santo.
É o bloco de carnaval “Salve-se quem puder” que irá se concentrar na Praça Doutor Demócrito Freitas (Av. César Hilal, em frente a atual sede do IPAJM próxima a Sedu).
De acordo com os organizadores, não é apenas os servidores públicos, mas toda a sociedade capixaba está convocada a participar deste momento contra o desmonte da previdência pública provocado pela reforma de Temer.
Além da reforma previdenciária, o ato público também irá denunciar os ataques que a sociedade está sofrendo com a política de sucateamentos dos serviços públicos promovidos pelos governos Hartung e Temer, que retira direitos constitucionais trazendo graves prejuízos à população. Os participantes contarão com um kit previdência para melhor interagir com a população.
Entre as denúncias, está o desmonte do serviço público do governo Hartung; que cortou investimentos, não repôs a inflação dos últimos três anos e reduziu verbas da saúde, educação e segurança e levou à atual crise na segurança pública do Espírito Santo.
Os organizadores pedem que os participantes venham de camiseta branca manchada de vermelho (‘sangue’) tragam crucifixo, estaca de madeira, colar de alho e use toda a criatividade,para, de forma irreverente e popular, defender uma previdência pública, forte e eficiente e pela valorização dos serviços públicos. A ideia é exorcizar os vampiros com samba no pé!
O que é a reforma previdenciária
O texto apresentado pelo governo Temer em dezembro de 2016 prevê que o trabalhador deverá contribuir 49 anos para receber o benefício integral quando se aposentar. O tempo mínimo de 25 anos, dá direito a 76% do salário da aposentadoria, o que corresponde a 51% da média dos salários. Essa número será acrescido de um ponto percentual para cada ano considerado na concessão da aposentadoria.
Assim exposto pode dar a impressão que não há grande mudança, mas o efeito imediato é que as pessoas que pela lei anterior, já teriam idade e tempo de contribuição para aposentar, precisarão se manter no mercado de trabalho por muito mais tempo, e estamos falando de pessoas que normalmente já são preteridas pelas empresas por terem idade avançada para os padrões de empregabilidade.
Esse quadro pode ainda se agravar se confirmar a previsão da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estima que um a cada três desempregados no mundo em 2017 será brasileiro.
Para se ter uma ideai da dificuldade que teremos para nosso merecido direito ao descanso, a idade mínima e inegociável para aposentadoria integral, na proposta do governo, é de 65 anos e no Brasil existem cerca de 16 milhões de pessoas nessas condições, mas destes apenas 137,6 mil ocupam vagas formais.
Ainda podemos considerar que para atingir as condições para aposentadoria integral, de contribuição e idade a maior parte dos trabalhadores já terão extrapolado a expectativa de vida, principalmente nas Regiões Norte e Nordeste Ou seja, muitos trabalhadores não terão vida suficiente para atingir a aposentadoria e literalmente “trabalharão até a morte”.
As entidades que compõe o FESPES: ACSPMBMES, ASCONTROL, ASSEMPES, ASSES, ASSOMES, SINDASPES, SINDEPES/ADEPOL, SINDIBANCÁRIOS, SINDIENFERMEIROS, SINDIFISCAL, SINDIJUDICIARIO, SINDIPOL, SINDIPÚBLICOS, SINDIUPES, SINDPSI, SINDSAUDE, SINFES e SINPD
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